
- por Joao Paulo
Não existe uma fórmula certa para fazer um bom filme de ação, mas existe a fórmula certa para entreter o expectador. Às vezes é preciso de sequências marcantes com um protagonista, seja homem ou mulher, que saiba lutar e convença chutando a bunda de dezenas de figurantes para delírio dos amantes do gênero.
É claro que isto, não é fácil emular atualmente, principalmente porque o público está mais do que acostumado e mais exigente quanto ao que se vê em termos de ação, até porque a franquia John Wick subiu o sarrafo muito alto, exigindo que outras produções façam o mesmo.
Esta é a forma como a nova produção da Warner Bros e da MGM, o “Resgate Implacável” (A Working Man, 2025), que hoje nos cinemas nacionais, tenta se firmar como opção de entretenimento colocando Jason Statham (Carga Explosiva 1, 2 e 3) no papel do ex-militar Levon Cade, que trabalha na construtora da família Garcia, acaba tendo que voltar aos velhos hábitos quando a filha do dono é sequestrada por bandidos ligados máfia russa.

Tudo que imagina que possa acontecer neste filme, acaba acontecendo realmente, mas a graça desta narrativa escrita por Sylvester Stallone (Os Mercenários) e David Ayer (Esquadrão Suicida), é que o filme se torna uma sucessão de sequências de ação, vingança e morte que acaba capturando nossa atenção por conta da presença de Jason Statham em tela.
É se apoiando no carisma e habilidade física nas cenas de ação do ator que “Resgate Implacável” se torna um filme que revive o famoso “exército de um homem só” das antigas, com Levon investigando passo a passo vestígio do paradeiro da jovem Jenny Garcia (Arianna Rivas), indo no seio de uma perigosa organização criminosa e deixando um rastro de sangue por onde passa para conseguir resgatar a filha dos empreendedores Joe Garcia (Michael Peña) e Carla Garcia (Noemi Gonzalez).
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O desenvolvimento da narrativa fica melhor quando percebemos que a direção de David Ayer, ainda que não inove, entrega aquilo que queremos assistir, com cenas de luta corpo a corpo muito bem dosadas, abrindo espaço para momentos de respiro no meio da trama que pode fazer a história oscilar para baixo, mas mesmo assim o ritmo continua dinâmico fazendo com que o filme até passe rápido apesar de ter quase duas horas de duração.
A verdade é que a dupla Ayer e Statham encontraram uma parceria benéfica para ambos, com o diretor e o ator entregando mais um filme consistente depois do inesperado sucesso de “Beekeeper – Rede de Vingança”, e que neste caso funciona exatamente por intercalar bem ação e momentos de humor, com toque de drama pontual, sem ser piegas.

Talvez o maior problema desta obra, seja a forma como os diálogos acabam sendo canastrões cheios de frase de efeito e piadas que as vezes funcionam e as vezes não. Enquanto a relação de Levon e sua filha Merry Cade (Isla Gie) é uma das partes mais legais do filme junto com sua relação com amigo Gunny Lefferty (David Harbour), as cenas dos antagonistas acabam soando caricatas e vergonhosas, servindo apenas para preencher espaço até Statham entrar em cena.
De uma forma geral, “Resgate Implacável” é daqueles filmes que talvez demore um pouco para entregar a ação que se espera, mas quando isto acontece, o filme gera bons momentos com sequências violentas e coreografias bem feitas. Longe de ser um grande exemplar do gênero, ao menos é bem executado e redondinho do começo ao fim, daquelas sessões pipocas para sair satisfeito, mesmo que o esquecimento ao longo prazo seja inevitável.
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Joao Paulo
Sou Engenheiro Eletricista formado, mineiro, blogueiro nas folgas, super fã de filmes, séries e animes. Apaixonado por Marvel, simpatizante da DC, grande fã de super-heróis no geral. Eu vou ser o rei dos Piratas.