
- por Joao Paulo
Já imaginou não sentir dor nenhuma? Aquela perna ou braço quebrado, aquela dor de estômago que não passa, aquela sensação de queimar a pele sentindo uma dor infinita e por aí vai. Agora imagina se você nascesse com uma espécie de condição física que impedisse seu sistema nervoso de sentir qualquer tipo de dor ou impacto, ou sensação?
Estou dizendo isto, para falar da nova produção da Paramount Pictures, “Novocaine: À Prova de Dor”, longa que estreia no dia 27 março nos cinemas, mas que o “Eu, Astronauta” conferiu em primeira mão e conta tudo para você sobre este novo longa que mistura ação e comédia das formas mais inusitadas possíveis.
A trama conta a história de Nathan Caine (Jack Quaid), um pacato assistente de gerente de um banco, que aparenta ser uma pessoa normal, mas que esconde uma condição peculiar, uma doença genética rara que se caracteriza pela incapacidade de sentir dor e suar, conhecida como a insensibilidade congênita à dor com anidrose (CIPA).

É partindo desta premissa, que Caine, tenta viver uma vida “normal” mesmo que em muitos aspectos não seja. Tudo muda quando uma bela e misteriosa garota entra em sua vida revirando tudo de cabeça para baixo no bom sentido. Porém quando o inesperado acontece e Sherry (Amber Midthunder) é sequestrada, este cara aparentemente comum, irá usar sua condição rara para tentar resgatá-la a qualquer custo.
Tudo isto, torna “Novocaine” quase um filme de super-herói, mas a dupla de diretores Dan Berk e Robert Olsen não estão interessados em cair neste seguimento, preferindo inserir uma equilibrada dose de ação, romance e comédia nesta narrativa que inicialmente demora a empolgar, mas quando a trama engata no decorrer da sequência de assalto ao banco, o longa não para em nenhum momento.
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O roteiro escrito por Lars Jacobson, bebe de muitas fontes e replica muitos clichês, mas é a criatividade em usar o fato de Nathan não sentir dor em cenas de ação elaboradas e absurdas, é que acaba tornando o filme involuntariamente cômico elevado pelo carisma gritante de Jack Quaid (The Boys) que apresenta um de seus melhores trabalhos aqui.
E “Novocaine” não para por aí, pois só fica melhor, porque arranca não só boas risadas do público, mas sabe usar um rascunho de texto sobre um cara querendo resgatar a namorada, em uma grande montanha russa de reviravoltas que torna tudo imprevisível, pois você nunca sabe quando o protagonista irá sofrer alguma queda, ser acertado por algo cortante ou perfurante, usar seu próprio corpo como arma e ainda assim não sentir nada no processo.

De fato, o filme oscila um pouco no segundo ato, mas antes que a narrativa caia numa cansativa repetição com saídas fáceis, os coadjuvantes começam a aparecer ajudando a dar fôlego para história. Enquanto Amber Midthunder (O Predador: A Caçada) traz beleza e carisma com uma mocinha controversa, Jacob Batalon (Homem-Aranha: Sem Volta Prá Casa) é o alívio cômico ideal e melhor amigo do protagonista, Betty Gabriel (Corra!) traz um pouco de drama, enquanto Ray Nicholson (Sorria 2) entrega o vilão sem escrúpulos que adoramos odiar.
Em termos técnicos, o orçamento limitado faz com que a direção use de muitas pirotecnias técnicas e efeitos práticos nos momentos certos para construir um enredo que as vezes exagera sim na violência gráfica, o que pode afastar os mais sensíveis, mas deve atrair bastante o público em busca de um entretenimento honesto que mistura ação com diálogos muito bem humorados, trilha sonora pop e piadas pontuais.
Por tudo que foi comentado, “Novocaine: À Prova de Dor” é daqueles filmes que divertem do início ao fim, mesmo que não inove em nada, se apoia no bom elenco liderado por um carismático e ótimo, Jack Quaid, bem como na capacidade do filme de não se levar tão a sério e apostar em cenas de ação malucas, muitas vezes inverossímeis, mas que funcionam dentro da sua proposta terminando de uma forma bastante satisfatória deixando aquele gostinho de sessão de cinema bem aproveitada.
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Joao Paulo
Sou Engenheiro Eletricista formado, mineiro, blogueiro nas folgas, super fã de filmes, séries e animes. Apaixonado por Marvel, simpatizante da DC, grande fã de super-heróis no geral. Eu vou ser o rei dos Piratas.