
- por Joao Paulo
Clássicos Disney viraram uma febre universal que moldou gerações através de desenhos encantadores, principalmente aqueles protagonizados por princesas. A onda de remake na transição do desenho para live-action, levou a Disney a enxergar uma nova forma de ganhar dinheiro fácil e resgatar sua galeria de grandes filmes através novas versões agora com personagens em carne e osso.
Após uma série de filmes lançados no cinema com princesas como: Alice, Aurora, Ariel, Bela, Mulan e Jasmine, chegou a vez da primeira princesa. Baseado no clássico de 1937, “Branca de Neve” (Disney’s Snow White, 2025), que estreou no último dia 20 de março, cercado de várias polêmicas e uma campanha de boicote infantil de uma minoria barulhenta que mais atrapalha do que ajuda.
Lembrando que esta não é a primeira versão em live-action de “Branca de Neve”, fora da Disney, tivemos a comédia “Espelho, Espelho Meu” protagonizada por Lilly Collins no papel de Branca de Neve e Julia Roberts no papel de Rainha Má, além da outra adaptação com uma pegada mais épica, “Branca de Neve e o Caçador”, protagonizada por Kristen Stewart no papel de Branca de Neve e Charlize Theron no papel de Rainha Má, com ambos filmes saindo no ano de 2012.

O longa dirigido por Marc Webb (500 Dias Com Ela) é um remake e é assim que deve ser enxergado, afinal apesar de ser um copia e cola do desenho clássico, toma liberdades para atualizar a trama expandindo os conceitos do original e dando uma voz bem mais ativa para Branca de Neve (Rachel Zegler) que ganha uma origem de realeza melhor desenvolvida explorando inclusive a relação com seus pais.
É a partir disto, que “Branca de Neve” desenvolve seu primeiro ato e dá o tom de um romance de fantasia que não tem medo de ser musical. O roteiro escrito por Erin Cressida Wilson trata a história com respeito, e apesar de alguns diálogos expositivos e pouco inspirados, o longa consegue ao menos trazer um empoderamento feminino de uma personagem que é o encanto em pessoa.
E isso se deve ao fato da atuação de Rachel Zegler (Jogos Vorazes: A Cantiga dos Passaros e das Serpentes) conseguir capturar a essência da personagem numa atuação doce, firme e hipnotizante. De longe a atriz entrega um de seus melhores trabalhos elevando até onde o texto não ajuda, ficando ainda melhor e mais expressiva quando está entoando as canções.

O que torna as sequências musicais de “Branca de Neve” outro ponto positivo que deve agradar muito não só quem é fã do gênero, mas o público que gosta de cenas elaboradas e bem executadas. As canções compostas ou repaginadas pela dupla Benj Pasek & Justin Noble Paul são boas de ouvir e agradáveis o suficiente para deixar uma marca no expectador.
Existe três sequências que valem o filme inteiro, que é a da ótima “Waiting on a Wish” entoada lindamente por Rachel Zegler, a boa “Whistle While You Work” cantada pela Branca de Neve e os sete anões, inclusive esta em particular traz aquela sensação de estar vendo um clássico Disney raiz, com muita cores, alegria, energia com danças e muitos animais interagindo com os atores. E por último a delicada e romântica “A Hand Meets A Hand” com Branca de Neve e seu par romântico, Jonathan (Andrew Burnap), que ao contrário do desenho, é um personagem que tem nome e personalidade.
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Infelizmente, nem tudo são flores em “Branca de Neve”, o ponto fraco fica por conta de Gal Gadot (Mulher-Maravilha), a atriz sempre foi limitada em termos de atuação, então fica devendo muito no papel de Rainha Má, numa atuação as vezes afetada, as vezes razoável, porém quando canta, de males não espanta nenhum (entendedores entenderão), principalmente quando solta a voz na sequência musical mais fraca do filme com a música “All Is Fair”, a falta de entonação, malícia e malvadeza nas expressões, deixa muito a desejar, mas felizmente não compromete o todo.
Tirando isto, o filme faz jus ao seu orçamento pomposo de 240 milhões de dólares, com bons efeitos visuais, principalmente dos animais que interagem com a Branca de Neve e o ambiente. Os anões podem causar uma estranheza inicial, porém nos ganham minutos depois com muito carisma e bom humor, aliás, a interação do grupo com a nossa princesa é de uma doçura incrível.

Em termos mais técnicos, o figurino é brega, mas nada que a Disney não tenha entregado em outros clássicos. O design de produção é bem feito, a trilha sonora é vibrante. A fotografia intercala bem o sombrio com o solar, com um contraste de cor que deixa o filme bonito de apreciar.
De uma forma geral, “Branca de Neve” é daqueles filmes gostosos de assistir, principalmente se você gosta de princesas Disney e cresceu assistindo aos desenhos. Ainda que esta versão live-action não seja um primor, entrega um entretenimento honesto e musical que soa previsível, mas pelo menos tenta momentos diferentes do que estamos acostumados resultando num final satisfatório, principalmente por colocar Branca de Neve dona de seu próprio destino indo a luta para salvar seu reino, mostrando que a primeira princesa da Disney, é também uma das mais inesquecíveis da história do cinema.
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Joao Paulo
Sou Engenheiro Eletricista formado, mineiro, blogueiro nas folgas, super fã de filmes, séries e animes. Apaixonado por Marvel, simpatizante da DC, grande fã de super-heróis no geral. Eu vou ser o rei dos Piratas.