
- por Nathalia Souza
A segunda edição da Gamescom Latam mostrou que o evento já está se firmando como um dos maiores encontros de cultura gamer da América Latina. Com uma programação recheada de estandes interativos, ativações criativas e uma presença de peso de empresas gigantes do setor, a feira foi um prato cheio para quem ama videogames, tecnologia e aquele caos gostoso de evento grande. Nesta review, compartilho minhas experiências pelos corredores da feira — com destaque para os jogos que testei, os momentos mais divertidos e, claro, as pequenas frustrações que todo mundo que vai a um evento assim conhece bem.
Entre as surpresas mais inusitadas, destaco o stand da Seara, que levou a sério (e com muito bom humor) o meme “se tem tela, roda Doom”. Sim, eles realmente colocaram Doom rodando em uma air fryer. Embora a tela fosse bem difícil de enxergar, a ideia em si foi genial e gerou boas risadas. Afinal, se antes dizíamos que o jogo rodava até em um microondas, agora podemos afirmar que roda até em air fryer. O stand ainda tinha uma mesa de hóquei, onde admito ter ganhado apenas uma vez… e não entrarei em detalhes sobre quantas tentativas foram necessárias. Também tentei a sorte na cabine com os papéis voando — e tive o dom de não conseguir pegar nenhum. Trágico? Sim. Divertido? Também.
O stand da AMD estava visualmente lindinho e ainda promoveu um quiz sobre jogos. Entrei meio insegura, sem lembrar nem meu próprio nome, mas por algum milagre divino consegui ganhar e não passei vergonha. A dinâmica foi muito interativa, com a apresentação carismática da Chris Nikolaus, que comandou tudo com muita energia. Outro momento de emoção foi visitar o stand da Supercell, já que sou completamente viciada em Clash Royale desde que o jogo foi lançado, há quase dez anos. Me senti até chique jogando algumas partidas em um Galaxy S25 Ultra — mesmo que seja sempre estranho jogar em um celular que não é o seu. Só fiquei levemente decepcionada por não darem a evolução da Bruxa para todos os participantes. Não custa sonhar, né? Sonhar ainda é de graça!

Agora, não dá para falar do evento sem mencionar a dona Nintendo, que trouxe um dos maiores (se não o maior) stands da feira. Era realmente lindo, com áreas para jogar diversos títulos, meet & greet com personagens do universo Mario e uma estrutura impecável. Mas como boa sonhadora que sou, confesso que alimentei uma esperança secreta de ver algo sobre o Nintendo Switch 2. Eles nunca prometeram que trariam, mas vai que, né? Quem sabe no ano que vem, com um pouco de sorte, possamos testá-lo e até disputar um Mario Kart por lá. O espaço da Nintendo ainda contou com uma forte presença de Pokémon, com destaque para o balão da Equipe Rocket logo na entrada e uma lojinha com produtos importados direto do Japão. Não sou muito fã, então passei ilesa, mas meus amigos alucinados ficaram em êxtase.
Entre os destaques nacionais, não posso deixar de exaltar o stand da Tudo Vira Cult SP, que trouxe uma proposta original e envolvente. Eles montaram um verdadeiro escambo interno: ao participar de atividades, você ganhava fichas para trocar por especiarias, temperos e até café — sim, uma cafeteria real fazia parte da estrutura. Claro que euzinha troquei tudo por livros, e consegui uma edição capa dura de O Guia do Mochileiro das Galáxias e também A Longa Viagem a um Planeta Hostil. Uma das atividades mais desafiadoras foi o Escape Room. Nunca fui experiente nisso — na verdade, beira o zero —, então tentei aprender observando os outros pela vitrine. Spoiler: não adiantou. Mesmo assim, a execução foi excelente e merece todos os elogios.
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O stand do Banco do Brasil, por outro lado, causou mais inveja do que qualquer outra coisa. Tudo por culpa de uma pelúcia do cachorro caramelo, que virou o objeto de desejo absoluto dos visitantes. Que Deus proteja quem conseguiu levar uma dessas para casa, pois minha inveja é real! Já a Claro me pegou totalmente desprevenida ao apresentar uma parceria com a Blizzard Entertainment, criadora do Diablo Immortal. Mostraram a primeira build da nova versão do jogo e ainda trouxeram um karaokê — onde, é claro, eu e meus amigos soltamos os pulmões cantando a música tema de Pokémon. Achei interessante ver uma operadora de telefonia e internet tão presente no universo dos games e conteúdo interativo.
Por fim, meu espaço favorito de todo o evento: a arena indie. É sempre muito legal ver desenvolvedores independentes mostrando seus projetos com tanta paixão. Um dos jogos que me chamou atenção foi Bees vs Zombies, em que você defende sua colmeia contra zumbis. Já não basta as abelhas lidarem com humanos e capitalismo roubando seu mel — agora têm que lutar contra mortos-vivos? Adorei a proposta, o humor e a jogabilidade. Também joguei Hellclock, um RPG de progressão por níveis, no qual adotei minha tática clássica: fugir sempre que possível e lidar com o menor número de inimigos. Por fim, o jogo que mais me deixou ansiosa foi Sertão Flavor, onde você cozinha pratos nordestinos e luta com inimigos. Um combo de caos, estresse e amor que tenho certeza de que vai me conquistar. No futuro, torço para que a arena indie cresça a ponto de ficar do tamanho do Artist Alley da CCXP.

E claro, não posso encerrar sem mencionar o stand que quase me fez gastar todas as minhas economias: o da SanDisk. Eles lançaram uma linha creators com SSDs portáteis, pen drives e dispositivos lindos e incrivelmente úteis para quem trabalha com criação de conteúdo. Fiquei babando.
No geral, a Gamescom Latam 2025 foi divertida, bem organizada e cheia de experiências inesquecíveis. Se eu pudesse apontar um ponto negativo, diria que em alguns stands as filas são tão grandes que você mal consegue jogar uma partida inteira — o que é compreensível, já que todo mundo quer ter a mesma chance. Ainda assim, saí de lá com o coração cheio e a cabeça borbulhando de ideias, risadas e vontade de voltar no ano que vem.
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Nathalia Souza
Artista, tradutora, animadora, programadora e ainda com formação em mecâtronica e marketing, sou uma menina que não sabe bem o que quer da vida. Emo de carteirinha, vivo indo em shows e eventos para aumentar minha coleção de memórias. Vivo no mundo da lua, e talvez seja por isso que me considero astronauta.