Emily Armstrong é uma boa escolha para o Linkin Park?

Emily Armstrong é uma boa escolha para o Linkin Park?

Após a morte de Chester Bennington, o Linkin Park anunciou um hiato que durou sete anos. E na última sexta-feira (6), a banda revelou Emily Armstrong como a nova vocalista, o que dividiu a internet desde então.

Desde 2017, o futuro do Linkin Park era um mistério. Muitos juravam de pés juntos que a banda tinha acabado de vez. Eu, que já vi uma porção de artistas entrando em hiatus, fiquei com um pé atrás e estava bem na dúvida de como seria a volta deles. Os membros da banda são jovens e ainda têm muita energia para continuar na música, sempre reparei nisso neles. Mas eles estavam na sinuca de bico: continuar com o Linkin Park com um novo vocalista e levar pedras ou criar uma nova banda e perder tudo que construíram com o LP.

Vou ser clara: nenhuma dessas decisões está errada, e acho que ninguém está em posição de julgar a escolha deles. Sobre “perder o que já construíram com o LP,” tem suas nuances. Claro que eles não vão começar do zero, batendo na porta de gravadoras com uma demo na mão. Os membros do Linkin Park já são consagrados no mundo da música, têm milhares de contatos e investimento. Mas não é só isso que define a marca Linkin Park (sim, LP é uma marca).

Pós morte do Chester

Após a morte de Chester Bennington, o Linkin Park passou por um período de luto e incerteza sobre o futuro da banda. Para homenagear Chester, realizaram o show “Linkin Park and Friends: Celebrate Life in Honor of Chester Bennington” no Hollywood Bowl, em que participaram bandas como Blink-182, System of a Down e Avenged Sevenfold. Após esse tributo, a banda entrou em um hiato, sem decidir os próximos passos.

Durante o hiato, os membros se concentraram em projetos paralelos. Mike Shinoda lançou o álbum solo Post Traumatic em 2018, abordando o luto e a superação pessoal após a perda de Chester. O álbum foi muito pessoal e funcionou como uma terapia para Shinoda. Além disso, a banda lançou o álbum ao vivo One More Light Live (2017), uma homenagem póstuma a Chester com gravações das últimas apresentações dele.

Foto/Reprodução: Linkin Park and Friends 2017

O futuro da banda permaneceu indefinido. Mike Shinoda e os outros membros expressaram em várias entrevistas que não tinham pressa em tomar uma decisão sobre o destino do Linkin Park, mas deixaram a possibilidade em aberto. Apesar das incertezas, a banda lançou materiais comemorativos, como a reedição do álbum Hybrid Theory para celebrar o 20º aniversário, incluindo demos raras e conteúdos inéditos, o que manteve os fãs conectados ao legado da banda.

Em 2023, surgiram rumores sobre um novo vocalista, e o projeto Already Over Sessions alimentou essas especulações. Esse projeto, descrito como uma série de colaborações e experimentações musicais, foi interpretado por alguns como uma “peneira” para escolher o novo vocalista. Embora a banda tenha mantido o mistério sobre a verdadeira intenção das sessões, muitos acreditavam que estavam testando possibilidades para seguir em frente sem Chester.

Leia também

5 Curiosidades sobre o Everglow que você precisa saber

Até que chegou 2024 com um boato que estremeceu o universo da música: durante uma entrevista no programa “Wired in the Empire”, da rádio KCAL 96.7, o vocalista Jay Gordon, da banda Orgy, revelou que o Linkin Park estava considerando uma nova vocalista. Em sua fala, Jay mencionou:

São caras muito, muito legais e obviamente uma ótima banda. Estão por aí há muito tempo e ainda vão continuar nessa. Vai ser difícil sem o Chester, mas veremos. Ouvi dizer que eles têm uma garota nos vocais agora. É o que ouvi.

Na época, especulava-se que a cantora Bonnie Fraser, da banda australiana Stand Atlantic, seria essa nova integrante. Esse comentário de Jay aumentou as expectativas dos fãs sobre o futuro da banda sem Chester Bennington e reforçou os rumores que circulavam na comunidade.

Anúncio da Emily Armstrong

Na última sexta-feira (6), o Linkin Park fez um anúncio que abalou o cenário da música. Após uma contagem regressiva angustiante que quase matou o fandom do coração, a banda revelou Emily Armstrong como sua nova vocalista e Collin Brittain como o novo baterista e produtor, substituindo Rob Bourdon. A reação dos fãs foi imediata, com a internet explodindo em comemorações e discussões sobre a nova fase da banda. Como parte dessa revelação, o Linkin Park surpreendeu os fãs com um show secreto, onde apresentaram a nova faixa “The Emptiness Machine”, sendo o lead single do novo álbum From Zero, previsto para ser lançado ainda este ano.

Foto/Reprodução: Linkin Park

Em entrevista à Billboard, transcrita pela Kerrang!, Mike Shinoda discutiu a saída de Rob Bourdon, explicando que a decisão do baterista já estava em pauta há algum tempo. Segundo Shinoda, Rob expressou seu desejo de se afastar da banda anos antes, algo que os membros entenderam e aceitaram com pesar. “Ele já aparecia menos e tinha menos contato, algo que os fãs também perceberam”, disse Shinoda. “Foi triste como amigo, mas queremos que ele faça o que o deixa feliz. Todos desejam o melhor para ele.”

Ainda na mesma entrevista, Shinoda compartilhou mais sobre o conceito do novo álbum From Zero, que faz referência ao nome original da banda, “Xero”. Ele explicou que o título simboliza tanto o início humilde quanto a jornada atual da banda. “Sonoramente e emocionalmente, o álbum abrange o passado, presente e futuro, trazendo nosso som característico, mas de uma forma renovada e cheia de vida”, comentou Shinoda. Ele também destacou o profundo apreço da banda pelos novos e antigos colegas, amigos, família e fãs, afirmando o orgulho que sentem pelo que o Linkin Park se tornou ao longo dos anos e pela nova fase que estão prestes a embarcar.

Quem é Emily Armstrong?

Emily Armstrong, vocalista da banda Dead Sara, é uma figura bem conhecida no rock alternativo, famosa por sua voz marcante e paixão pela música. Nascida em Los Angeles em 1983, Emily mostrou seu talento musical desde cedo, começando a tocar guitarra aos 11 anos e desenvolvendo suas habilidades vocais aos 15. Ela decidiu abandonar a escola para se dedicar de vez à música, uma escolha que se revelou acertada.


Com influências de grandes nomes como Led Zeppelin, Fleetwood Mac, Stevie Nicks e Joni Mitchell, Emily moldou seu estilo com uma mistura de rock clássico e moderno. Em 2002, ela fundou Dead Sara com Siouxsie Medley e Sean Friday, começando a banda com o nome Epiphany. A banda ganhou destaque em 2012 com o hit “Weatherman” e consolidou sua presença com músicas como “Mona Lisa,” “Lemon Scent” e “Heroes.” Em 2015, o álbum Pleasure to Meet You trouxe ainda mais reconhecimento, especialmente com o cover de “Heart-Shaped Box,” do Nirvana. Emily também colaborou com Demi Lovato em 2022, escrevendo para o álbum Holy Fvck e participando da faixa “Help Me.”

Foto/Reprodução: Emily Armstrong em apresentação de Dead Sara


Em relação a sua vida pessoal, sabe-se que em 2016, ela teve um relacionamento com a modelo Kate Harrison, mas os detalhes sobre o fim do relacionamento foram mantidos em segredo. Harrison, atualmente, está com Chloe Grace Moretz.

Recentemente, uma polêmica antiga sobre Emily voltou à tona. Em 2023, sua associação com a Cientologia e o apoio a Danny Masterson, um ator condenado por estupro, geraram bastante discussão. Emily foi fotografada em uma cerimônia da Cientologia ao lado de Cedric Bixler-Zavala, vocalista do The Mars Volta, que é casado com uma das vítimas de Masterson, Chrissie Carnell-Bixler. Isso fez com que muitas pessoas resgatassem a controvérsia e a criticassem.


Emily se pronunciou sobre o assunto em seu Instagram, explicando que, no passado, apoiou Masterson como um amigo, mas depois descobriu sobre os abusos e se distanciou dele. Ela deixou claro que não aceita violência contra mulheres e que se solidariza com as vítimas.

Mas eai, ela é uma boa escolha?

Em geral, só a banda pode responder a essa pergunta. Não estou dizendo que o fandom não tem direito a dar pitaco, mas sobre a decisão de manter o nome Linkin Park e contratar a Emily Armstrong, a única opinião que conta é a dos membros. São eles que construíram e moldaram o Linkin Park, que passaram décadas com o Chester e ainda estão lidando com a perda dele. A Emily não está substituindo ninguém, porque ninguém pode substituir o Chester – o que ela está fazendo é encontrar seu próprio espaço. Tem gente que tá super feliz com o retorno da banda e com a Emily, e tem gente que não gostou e tá tudo certo, essas duas opiniões têm seu valor.

Foto/Reprodução: Linkin Park

O que eu sempre digo quando aparece algo novo e a galera reclama que “vai estragar o original” é: Não, não vai. O original sempre vai estar lá, disponível para quem quiser ver, e você tem a opção de não acompanhar a nova versão. Nas redes sociais, tem muitos comentários super negativos e agressivos sobre a Emily Armstrong, com gente dizendo que ninguém pode substituir o Chester Bennington. Mas aqui vai uma reflexão: as pessoas não percebem o comportamento que estão reproduzindo? Falam tanto do Chester, mas não se lembram que ele se suicidou por causa da depressão e que sofreu muito hate após o lançamento de One More Light em 2017? Muitas pessoas diziam que “esse álbum não é mais Linkin Park”, e esse ódio pode ter contribuído para o trágico suicídio dele. E tem a hipocrisia também, porque quando o boato era sobre a Bonnie Fraser, a galera caiu matando em cima dela, e agora com o anúncio da Emily Armstrong, estão dizendo que a Bonnie era melhor.

Por fim, Linkin Park anunciou sua turnê mundial para os próximos dias e que muito provavelmente terá mais datas.

Revival Tour

  • 10 de outubro de 2024: Los Angeles, CA – Hollywood Bowl
  • 15 de outubro de 2024: Toronto, ON – Scotiabank Arena
  • 20 de outubro de 2024: Londres, UK – The O2 Arena
  • 25 de outubro de 2024: Paris, FR – Accor Arena
  • 30 de outubro de 2024: Berlim, DE – Mercedes-Benz Arena
  • 5 de novembro de 2024: Sydney, AU – Qudos Bank Arena

10 de novembro de 2024: Tokyo, JP – Saitama Super Arena

O que achou dos novos integrantes do Linkin Park? Comente aqui e nos siga no instagram

Nathalia Souza

Artista, tradutora, animadora, programadora e ainda com formação em mecâtronica e marketing, sou uma menina que não sabe bem o que quer da vida. Emo de carteirinha, vivo indo em shows e eventos para aumentar minha coleção de memórias. Vivo no mundo da lua, e talvez seja por isso que me considero astronauta.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Voltar ao Topo