Animes da minha infância que só eu assisti

Animes da minha infância que só eu assisti

Toda vez que alguém pensa num fã de animação japonesa, tem um estereótipo do que ele gosta ou assistiu. Dragon Ball, Naruto ou Death Note. Quando eu era criança, conhecia esses títulos mais populares. Mas eram outras histórias que prendiam a minha atenção e que conquistaram o pódio do meu favoritismo otaku. Só tinha um problema: parecia que só eu conhecia aquelas histórias.

Na verdade, eu sempre fui distante da cultura mainstream por conta de um hábito que me traz questionamentos até hoje. Eu julgava a qualidade das coisas seguindo uma regra muito simples. Basicamente “se todo mundo está vendo isso, então eu não vou ver”. Eu até poderia assistir, mas só quando todo mundo tivesse na próxima moda.

Assim, eu buscava entreternimento fora de época e pouco comentado. Baseado nisso, eu fiz uma listinha de alguns animes que eu sempre tinha a sensação que só eu assisti

Hell Girl (Jigoku Shōjo)

Foto/Reprodução: Hell Girl | Aniplex

Lançado em 2005 e produzido pela Aniplex/Studio Deen, Jigoku Shōjo conta a história de uma garota chamada Ai Enma. Usando elementos do gênero terror e drama, acompanhamos uma narrativa dessa entidade enigmatica. Ela trabalha oferecendo contratos para pessoas que pedem sua ajuda para enviar alguém que elas odeiam para o inferno. Porém, “a vingança é uma faca de dois gumes”, e ao aceitar o acordo, a alma de quem pediu sua ajuda também está condenada ao inferno.

Para fazer isso, a pessoa deveria entrar num site chamado Jigoku Tsushin às 00:00 e escrever o nome de quem ela odiava em questão. Então Ai Emma aparecia e entregava um boneco de palha com uma fita vermelha, explicando todas as condições. Assim que a pessoa puxasse a fita, seu inimigo era enviado imediatamente para o inferno e ela ficava com uma marca no corpo que indicava que quando ela morresse também passaria a eternidade lá.

Foto/Reprodução: Hell Girl | Aniplex

O anime teve várias temporadas, uma adaptação em mangá e em live action, porém eu só assisti a primeira, um pedaço da segunda e não tive muito contato com as outras mídias. O que mais me prendia nas histórias era como coisas ruins aconteciam, muitas vezes sem motivo e sem muita solução. Apesar disso ter me deixado levemente abalada e deprê, eu gostava de ver como a história da Ai Emma e o porque ela fazia aquilo era revelado aos poucos, e eu também era muito fã das músicas de abertura e encerramento.

Code Geass: Lelouch off the rebelion

Foto/Reprodução: Code Geass | Sunrise

Kōdo Giasu: Hangyaku no Rurūshu foi criado em 2006 pela Sunrise. Usando a temática de Mechas e críticas políticas, acompanhamos o estudante Lelouch, integrante de um grupo rebelde contra o governo. Ele conhece uma mulher que dá um poder chamado Geass. Com isso, ele pode dar ordens inquestionaveis as pessoas e tem o que é necessário para seu plano.

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O lado sombrio da nostalgia geek

A história se passa no futuro, em 2010, quando o Sagrado Império da Britannia toma o poder do Japão usando a tecnologia dos Knightmare Frames. O Imperador sofre um atentado onde sua esposa morre, mas ele não faz nada a respeito disso e ainda deserda seus filhos Lelouch e Nunnally. Eles são adotados por outra família e têm suas verdadeiras identidades em segredo. Sete anos depois, ele conhece CC que lhe dá os poderes que ele precisava para seu plano, mas as situações acaba o colocando em diversos dilemas.

Foto/Reprodução: Code Geass | Sunrise

Eu conheci esse anime pelo canal do YouTube da desenhista Sophie-Chan. Ela usava várias técnicas diferentes, tanto no digital quanto no tradicional. E tinha um vídeo em que ela fazia o retrato do Lelouch com giz pastel seco. Eu fiquei apaixonada na melancolia que aquele desenho passava e fui atrás do anime. Code Geass me fez refletir muito sobre as escolhas que tomamos quando estamos no poder. E isso faz com que nossa ambição acabe passando por cima dos nossos valores, mesmo que no fim haja boas intenções. Também gostava muito das músicas de abertura, principalmente da Hitomi no Tsuba, do grupo Access.

PARADISE KISS

Foto/Reprodução: Paradise Kiss | Sunrise

Paradaisu Kisu foi uma história criada pela Ai Yazawa, a mesma que fez Nana. O anime foi lançado em 2005 e produzido pela Madhouse Studios. Ele foi feito baseado no mangá que foi publicado na revista de moda da Shoensha , Zipper, de 1999 a 2003. O enredo é sobre Yukari Hayasaka, uma estudante do colegial que conhece um grupo de estilistas. Ela começa a se envolver com mundo da moda e com Geoge, o líder desse grupo, que começa a conquistar o coração da jovem.

A Yukari sempre foi muito controlada pelos pais e muito dedicada aos estudos. Porém quando começa a frequentar o atelier de George, ela passa por diversas situações que a faz amadurecer, desde se impor as ordens da mãe, até aprender a lidar com a relação tóxica que tem com George, além de desenvolver mais autoconfiança.

Foto/Reprodução: Paradise Kiss | Sunrise

Eu fiquei curiosa sobre esse anime porque, segundo pesquisas, ele foi o primeiro mangá Josei (é como se fosse shōjo, só que voltado para mulheres adultas) a ser publicado no Brasil. Apesar de ser um anime que serviu como respiro por ser mais fofo e tranquilo comparado com os outros dois, ele trouxe muitas reflexões sobre relacionamentos interpessoais, principalmente os românticos.

O que eu mais gostei é que ele aborda essa transição da adolescencia para fase adulta sem muito drama, de forma bem realista e até dolorosa. A música de abertura, Lonely in Gorgeous, também me deixava com o coração quentinho. E todo o ritmo e estética experimental eram coisas que eu admirava muito.

Surto individual ou não?

Provavelmente esses animes não são tão desconhecidos, mas sempre que eu comentava sobre eles com alguém, só me respondiam com: “hã?”. São animes que com certeza eu recomendo, foram importantes pra mim e tem um lugar especial na minha lista de coisas que eu gosto muito.

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Gabriele Miranda

Audiovizueira pela FAPCOM, adquiri habilidade de fazer bonecos se mexerem pelo Senac Lapa Scipião. Multi-instrumentista e guitarrista na banda Antena Loka, sou pan, vegana e gateira. No tempo livre, estou jogando em algum emulador, andando de patins ou criticando o capitalismo. Talvez eu encontre algum planeta onde me sinta melhor.

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