Shine, uma Chance de Brilhar

Todos nós temos nosso refúgio secreto. Alguns gostam de ler, praticar esportes ou comer, mas para Rachel Kim é o K-pop: O lugar onde ela se sente confortável por ser ela mesma. Rachel é estadunidense com ascendência coreana, ela se sente dividida em dois mundos. Asiática demais para ser estadunidense e americana demais para ser coreana e ao escutar o pop coreano ela soube que ali é seu lugar.

O livro é de autoria da Jessica Jung, ex-integrante de Girl’s Generation -um dos maiores grupos de K-pop do mundo-, além de ser modelo e empresária no ramo. Jessica sabe por experiência própria sobre o mundo das Idol coreanas o que nos faz crer que no livro tenha situações reais e indiretas. Na Coreia do Sul, o livro é categorizado como autobiografia e em uma entrevista ela confirmou que alguns personagens são baseados em situações/pessoas reais fazendo o fandom ficar ansioso para descobrir o que é real e ficção. 

Em Shine, a nossa protagonista é a Rachel Kim que o sonho dela é ser uma Idol K-pop e que para isso ocorra, a família se mudou para Seul, capital da Coreia. Rachel conseguiu ser trainee na empresa DM (Empresa da Jessica era a SM) e treinava arduamente para poder debutar. Ela ficou nessa agonia durante 7 anos, se sentia inferior por não usar todo o seu tempo para treinar, já que alguns trainers deixavam de ir à escola para se dedicar ao K-pop o dia inteiro.

Mesmo ela sendo de ascendência coreana e estar dentro do mundo do K-pop, não era empecilho para sofrer Bullying, principalmente da Mina (Na vida real Mina é uma integrante do grupo TWICE, não se sabe se a personagem é inspirada nela) e sua trupe,  Eunjin (Possível referência a cantora Jung Eun-ji), Lizzie (Nome parecido com a Lizzy, integrante do After School) e Sumin (Mesmo nome da líder do grupo STAYC) . Desde pequenos comentários maldosos a até mesmo drogar a Rachel, o que o grupo da Mina fazia, foi uma coisa que fiquei assustada quando eu li sobre as maldades, pensava que ela não abordaria coisas pesadas, mas a capa encantadora engana qualquer um, há violência, palavreados de baixo calão, tortura, chantagem, bullying, mas a autora consegue transmitir tudo isso com sutileza, não sendo tão bruta. 

Já estava ciente que o mundo Idol é cruel, principalmente agora que os Idol do K-pop está em ascensão, mas viver gastando todo seu tempo livre treinando para um futuro incerto, fazer sua família desistir de sonhos e sofrer bullying é uma situação que necessita muito de saúde mental, por sorte, no treinamento da DM, Rachel tinha a Akari (Uma referência incerta da Idol japonesa Akari, do grupo NMB48), sua melhor amiga e confidente, ambas compartilhavam o sonho de debutar. As trainers mais velhas estavam treinando arduamente, estava correndo um boato que a DM ia estrear mais um grupo, sucessor do ELECTRIC FLOWER (grupo que o fandom acredita ser o Girls Generation no livro) que foi um sucesso mundial. Mas não era só isso, estavam ocorrendo audições para participar do dueto com o Jason Lee, o cantor em ascensão mundial. Todas as pessoas seguravam o ar quando ele passava e sempre cedia aos caprichos dele, se tornando o queridinho da gravadora e dos fãs. Mas um dos principais trama do livro é o relacionamento da Rachel e do Jason, onde que no mundo do K-pop é estritamente proibido qualquer namoro. Ela tem um conflito interno se de jogar em seu primeiro romance e jogar fora tudo que lutou por esses anos ou continuar se dedicando aos treinos.

Instrínseca

Acredito que essa seja a maior referência da vida da Jessica na época do Girl ‘s Generation. Em 2014, pouco depois dos boatos de que Jung estava em um relacionamento com o empresário Tyler Kwon, ela saiu do SNSD e da SM e assinou um contrato com a Coridel, agência de Kwon. e em Shine, a cantora principal do ELETRIC FLOWER decidiu não renovar o contrato, mas Rachel sabe que foi por conta de um romance. Além de claro, o lançamento do livro ter sido no “mesmo” dia que ela saiu do grupo.  

Admito que comprei esse livro pela capa bonita, que vale ressaltar que foi feita por um brasileiro, o Junno Sena. Ele participou do concurso da editora Intrínseca e agora é a sobrecapa oficial do livro no Brasil, sendo escolhido pela própria, Jessica Jung. Shine me fez ficar mais próxima do K-pop, mesmo eu sendo uma total leiga no assunto, consegui sentir o mesmo que a Rachel sobre seu refúgio (Só substituindo pelo mundo emo). Quando amamos verdadeiramente um gênero, nós nos sentimos em casa. 

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Nathalia Souza

Artista, tradutora, animadora, programadora e ainda com formação em mecâtronica e marketing, sou uma menina que não sabe bem o que quer da vida. Emo de carteirinha, vivo indo em shows e eventos para aumentar minha coleção de memórias. Vivo no mundo da lua, e talvez seja por isso que me considero astronauta.

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