
- por Nathalia Souza
A saga de jogos Resident Evil conquistou milhares de fãs ao longo dos anos, e ouso dizer que é um dos jogos de “zumbis” mais famosos de todos os tempos. O segundo jogo da franquia Resident Evil foi lançado há mais de 20 anos e, nesse tempo, a tecnologia evoluiu muito. Em 2019, a Capcom, empresa responsável pelo jogo, lançou a versão remake de RE2, e em 2020, o remake de RE3. Neste texto, iremos comentar sobre como está a jogabilidade desses dois games e como as histórias se interligam.
Já no início de RE2, temos a decisão de escolher qual será nosso protagonista: o novato da polícia Leon ou uma mulher desesperada à procura de seu irmão policial, Claire. Todos com quem já conversei ou vi jogar escolheram de primeira o Leon, mas não consegui jogar com ele por mais de 20 minutos e troquei para a Claire. Com toda certeza, a jornada dela é a minha preferida — irei dar mais alguns detalhes sem spoilers mais à frente. A história de ambos os personagens é basicamente a mesma, assim como os cenários, mas a relação deles com outros personagens não é idêntica. Os principais personagens do jogo em suas duas rotas são: Claire, Leon, Sherry, Ada, Marvin, Annette, Brian, Ben e William. Annette, por exemplo, não tem uma relação boa com o Leon — eu diria que o ódio é mútuo —, já com a Claire, ela é amistosa. Confesso que, enquanto jogava, meu amigo me avisou que ela é traiçoeira, mas finalizei o jogo sem entender o motivo de tal desprezo. Então, joguei a rota do Leon e tive o desprazer de conhecer mais sobre a Annette. Uma dica que dou é: não confie em ninguém nesse jogo.
Já em RE3, os personagens com quem a protagonista se relaciona são poucos. Eu diria que o melhor amigo da Jill é o antagonista, o Nemesis. Ele a persegue por todo o jogo, desde a introdução. Também temos o Carlos, Brad, Nicholai, Mikhail, Murphy, Tyrell e Nathaniel. A maioria conversa muito pouco com a Jill, e outros só estão disponíveis para interação quando jogamos com o Carlos (não há escolha de protagonista, você jogará com os dois). Este jogo se passa antes, durante e depois do antecessor, então alguns mistérios de Resident Evil 2 que não são explicados encontram sua resposta neste game. Por exemplo, como o Marvin foi ferido, como a situação dos chuveiros chegou àquele ponto, entre outras coisas. Me deu uma nostalgia incrível poder jogar novamente na delegacia de Raccoon City, mesmo sabendo que eu tinha finalizado RE2 apenas dois dias antes.

Nos dois jogos, nosso objetivo é fugir da cidade, e o antagonista também é o mesmo: um ser geneticamente modificado para te matar. No RE2, quem te segue é o Mr. X, com um chapéu que o deixa adorável, um “senhor” muito simpático que abre as portas com delicadeza, e podemos facilmente enganá-lo e nos esconder. Já no RE3, temos a personificação do maligno encarnado em um personagem. Além de ter uma aparência horrenda, ele ainda possui diversas habilidades e transformações, como o domínio no uso de armas de fogo, saber correr (acredito que seja a parte mais desesperadora), o poder de usar tentáculos para te puxar, e ainda, saltar na sua frente. Ele também tem uma pequena habilidade de transformar zumbis em criaturas ainda mais poderosas. É, esse vilão não está de brincadeira. Contudo, há uma falha que o deixa menos implacável: ele não te segue o jogo inteiro, literalmente. Na verdade, ele só aparece em pontos específicos e desaparece logo depois. No original, ele era a preocupação constante de todo jogador — não importa se você ia perder munição, vida ou até mesmo uma arma, só corra!
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Mas esse “nerf” no personagem não torna o jogo ruim, muito pelo contrário, torna-o ainda mais desesperador. Com sua bolsa lotada de itens importantes, você precisa estar ciente de que, a qualquer momento, o Nemesis pode aparecer, e você terá que enfrentá-lo. Portanto, munição pesada sempre tem que estar à mão. Mas, pela graça dos desenvolvedores do game, a munição não é tão escassa quanto no primeiro jogo, pelo menos no modo normal. Se você souber gerenciar bem os recursos, não passará muitos apuros. Já em Resident Evil 2, perdi as contas de quantas vezes precisei improvisar para progredir na história. Tive momentos em que não possuía nenhum item de cura, minha saúde estava baixa, e ainda tinha que enfrentar alguma criatura. Contudo, isso foi uma lição para mim. Eu morria de medo de jogos de survival horror, e na pandemia decidi jogar Resident Evil e Outlast. Agora, sinto que estou preparada para tudo.

Muitas pessoas acreditam que o remake de RE3 não foi tão bom quanto o de RE2, mas se você nunca jogou o original, certamente achará o remake um excelente jogo. Até porque precisa de muita força de vontade para terminar os jogos originais. A câmera e a jogabilidade são um problema, como no caso do RE4. Além da mira ser horrível, que tipo de agente secreto, que já sobreviveu a uma pandemia de zumbis, vai para uma missão super perigosa com apenas 10 balas e uma arma e mais nada? Sério, Leon, você acredita que numa cidade afastada na Espanha vai encontrar todos os seus suprimentos? Estou ansiosa para o remake deste, já que marcou minha infância.

Mas qual dos novos remakes de Resident Evil é o melhor? Sem comparar com o original, diria que até agora é o RE3, por ter uma jogabilidade mais fluida e não gerar tanto estresse. Agora, comparando com o original, certamente o RE2, mesmo com algumas falhas na “Rota B”, que nada mais é que o ponto de vista do outro personagem. Por exemplo, se você está jogando a campanha do Leon, com certeza a Claire não fará exatamente as mesmas coisas que você — ela está seguindo um caminho alternativo. No remake, é basicamente a mesma coisa, diferenciando-se apenas no início e no final, mas o “recheio” ainda é o mesmo. No original, é praticamente um jogo novo, até o cenário não é o mesmo. Você pode jogar qualquer um dos dois na ordem que preferir, porque, embora as histórias estejam em sintonia, elas não se cruzam totalmente. Como já disse antes, há referências e respostas para alguns mistérios, mas nada relacionado a se encontrar com os outros personagens (e dou glória a Deus por isso — imagina o Mr. X e o Nemesis juntos?).
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Nathalia Souza
Artista, tradutora, animadora, programadora e ainda com formação em mecâtronica e marketing, sou uma menina que não sabe bem o que quer da vida. Emo de carteirinha, vivo indo em shows e eventos para aumentar minha coleção de memórias. Vivo no mundo da lua, e talvez seja por isso que me considero astronauta.