
- por Nathalia Souza
O Monster of Rock 2025 foi um daqueles eventos que me fez lembrar por que a gente encara horas em pé, preços surreais de cerveja e aquele cansaço gostoso pós-show. Um line-up só com veteranos de responsa, algumas surpresas e muito som alto pra lavar a alma.
O festival rolou em um único dia — e que dia. Começou com Stratovarius, banda que eu conhecia pouco, mas que entregou uma abertura com peso e presença de palco. Mesmo pra quem não era fã hardcore, como eu, foi impossível não se contagiar com a energia e o coro dos muitos fãs na plateia.
Depois veio o Opeth, e aqui preciso confessar: saí do festival com uma nova obsessão. Mesmo completamente deslocados do restante do line-up — o som deles é bem mais progressivo e denso — eles foram impecáveis. Um show técnico, hipnótico, feito com maestria. O vocalista, que aliás tem 51 anos (sim, a banda mais nova da noite), ainda contou que o primeiro baterista da banda é brasileiro — momento fofíssimo. Me senti uma criança no meio do público, que era majoritariamente mais velho e cheio de camisetas de turnês que aconteceram antes de eu nascer.

Queensrÿche subiu no palco com carisma, mas deixou um buraco no coração do público ao não tocar Silent Lucidity nem Jet City Woman. Eles foram queridos, simpáticos, competentes… mas a ausência desses hinos deixou aquele gosto de amargo.
Savatage não é muito o meu gênero, confesso. Mas o show foi tudo menos morno: vocalista jogando bola com o público, uma mulher invadindo o palco (e dançando horrores), a galera em êxtase com a volta da banda. Foi um espetáculo à parte, mesmo pra quem só estava assistindo.
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A grande surpresa (ou confirmação) da noite foi o Europe. Melhor show do dia, sem discussão. Joey Tempest parecia um garoto em corpo de veterano, rodando no palco, atingindo notas altíssimas, com carisma e fôlego de sobra. Eles provaram que são muito mais que The Final Countdown — e fizeram questão de mostrar isso.
Judas Priest, com 55 anos de estrada, mostrou por que ainda estão no topo. Show técnico, poderoso, sem espaço pra erro. Eles são, com todo respeito, inimigos declarados da música ruim. Simplesmente impecáveis.

E, por fim, Scorpions. Clássicos são clássicos, né? Mandaram um “feijão com arroz” bem feito — e eu, confesso, já estava exausta e fui assistir sentada nas arquibancadas. Mesmo assim, foi bonito ver a conexão que eles ainda têm com o público, décadas depois de conquistarem o mundo.
No fim das contas, o Monster of Rock 2025 foi uma celebração à longevidade do rock, aos fãs que atravessam gerações e aos artistas que ainda fazem questão de subir no palco com vontade. Voltei pra casa com os ouvidos zumbindo, os pés doloridos e o coração cheio.
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Nathalia Souza
Artista, tradutora, animadora, programadora e ainda com formação em mecâtronica e marketing, sou uma menina que não sabe bem o que quer da vida. Emo de carteirinha, vivo indo em shows e eventos para aumentar minha coleção de memórias. Vivo no mundo da lua, e talvez seja por isso que me considero astronauta.