Você sabia que o Setembro Amarelo é uma campanha dedicada à conscientização e prevenção do suicídio? Esse movimento é fundamental para incentivar conversas abertas sobre saúde mental e fortalecer a rede de apoio a quem precisa. A mensagem vai além de um mês: é um convite para cuidar e se informar o ano inteiro, ajudando a reduzir os números preocupantes desse problema tão sério.
No Brasil, em 2024, foram registrados mais de 16 mil casos de suicídio — uma média de quase 44 vidas perdidas por dia. No mundo, a Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 727 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, o que equivale a uma morte a cada 40 segundos. É uma realidade difícil, que tem afetado muito os jovens, e por isso é tão importante a gente se informar e ajudar quem precisa.
Para dar uma força nessa conversa, montamos uma lista especial de filmes sobre saúde mental que mostram diferentes formas de entender e lidar com esse tema. Bora assistir e abrir o diálogo?
A Felicidade Não Se Compra
Para começar a nossa lista de hoje, escolhi um dos meus filmes favoritos e um verdadeiro clássico do cinema: A Felicidade Não se Compra (1946), dirigido pelo genial Frank Capra. A história acompanha George Bailey, um empresário que, diante da falência e da desesperança, pensa em tirar a própria vida. É então que uma entidade especial aparece para mostrar a ele como seria o mundo – e a vida das pessoas ao seu redor – se ele nunca tivesse existido.
Esse filme é mais do que um clássico – é uma verdadeira lição de vida. Ele nos lembra que, mesmo quando nos sentimos invisíveis ou sem importância, nossa existência tem um impacto profundo e positivo na vida de quem nos ama. É um convite à reflexão sobre o valor da nossa presença no mundo, especialmente nos momentos difíceis.
Antes Que Eu Vá
Antes que eu vá é uma adaptação do livro da autora Lauren Oliver que conta a história de Samantha Kingston, uma jovem que faz parte de um grupo de amigas no estilo Meninas Malvadas. Elas passam o dia perseguindo e humilhando uma colega de classe, praticando bullying constante.
Nesse filme, a famosa frase “tudo que vai, volta” ganha vida quando Samantha sofre um acidente que provoca uma espécie de rachadura no tempo – fazendo com que ela reviva o dia do acidente repetidamente. A cada manhã, ela acorda para o mesmo dia, e precisa entender o motivo disso. Aos poucos, Samantha começa a analisar suas atitudes para corrigir seus erros e, finalmente, quebrar esse ciclo.
Leve e com uma mensagem clara desde o começo, o filme é um drama adolescente que ajuda a mostrar o impacto real do bullying, especialmente para quem pratica, fazendo com que reflitam sobre suas ações e consequências.
As Horas
Este filme entrelaça as histórias de personagens de diferentes gerações, todas conectadas pelo romance Mrs Dalloway, de Virginia Woolf. Cada uma delas enfrenta desafios profundos ligados à depressão e ao suicídio, e precisa encontrar forças para superar essas dificuldades e seguir em frente.
Sem romantizar a doença, a obra mostra de forma realista o impacto devastador da depressão na vida das pessoas, revelando como ela pode desgastar emocionalmente e mentalmente. Com um elenco de peso: Meryl Streep, Julianne Moore e Nicole Kidman, que ganhou um Oscar por sua atuação. O filme traz uma representação sensível e poderosa desses temas.
Assistir a essa produção é importante para quem quer entender melhor a complexidade da saúde mental e os efeitos reais da depressão. Ela ajuda a aumentar a empatia, desmistificar preconceitos e mostrar a importância de buscar apoio, contribuindo para a conscientização e prevenção.
Ferrugem
Agora vamos falar um pouco sobre como a internet pode ser uma ferramenta poderosa, mas também perigosa, para o bullying em grande escala. O filme nacional Ferrugem aborda exatamente essa questão, mostrando como o conteúdo que viraliza nas redes sociais pode amplificar ainda mais o sofrimento de quem passa por essa violência.
Na trama, conhecemos Tati, uma garota como muitas outras hoje em dia: sempre conectada, compartilhando sua vida nas redes sociais – a realidade de muita gente, né? A vida dela vira de cabeça para baixo quando um vídeo íntimo acaba vazando no grupo de WhatsApp da turma da escola. A partir daí, Tati enfrenta uma onda de perseguição e machismo que muitas mulheres conhecem bem.
O filme faz um trabalho incrível ao mostrar essa realidade crua na tela, despertando nosso senso de justiça e empatia. É um grande acerto do cinema nacional que traz à tona uma discussão urgente e necessária sobre bullying digital e violência contra a mulher.
O Lado Bom Da Vida
Esse filme acompanha a história de Pat Solitano, um homem que, após sofrer um colapso emocional e passar um tempo internado em uma instituição psiquiátrica, tenta reconstruir sua vida. Diagnosticado com transtorno bipolar, Pat enfrenta o desafio de controlar seus episódios de mania e depressão enquanto busca retomar o contato com sua família e reconquistar sua ex-esposa.
O longa aborda com sensibilidade e realismo as dificuldades de lidar com transtornos mentais, sem deixar de trazer momentos de leveza e humor, que ajudam a humanizar a experiência. Além disso, destaca a importância fundamental do apoio da família, dos amigos e dos relacionamentos afetivos na recuperação e manutenção da saúde mental.
O filme também reforça a importância de aceitar as próprias vulnerabilidades e buscar ajuda profissional e emocional, desmistificando o preconceito sobre transtornos mentais.
As Vantagens De Ser Invisível
A adaptação do livro de Stephen Chbosky conta a história de Charlie, um adolescente introvertido que enfrenta sentimentos de depressão ao começar em um novo colégio durante o ensino médio.
Embora seu talento para a escrita seja reconhecido pela professora de literatura, Charlie ainda luta para reconhecer seu próprio valor devido à fragilidade emocional. Sua vida começa a mudar quando ele conhece dois colegas que ampliam sua visão de mundo, mostrando o poder do acolhimento e do sentimento de pertencimento em momentos difíceis.
O filme traz um retrato realista e sensível dos desafios enfrentados por jovens com saúde mental fragilizada. Além de nos mostrar como o apoio e a conexão social podem ser fundamentais para superar momentos de sofrimento emocional, incentivando quem assiste a valorizar a busca por ajuda e compreensão.
Melancolia
Trazendo mais um clássico do cinema, esta obra-prima de Lars von Trier retrata a depressão de uma forma profunda e impactante, levando o espectador para dentro da mente de quem sofre com esse transtorno.
A história gira em torno de um planeta chamado Melancolia, que está prestes a colidir com a Terra, provocando a destruição total do planeta. Nesse cenário, acompanhamos Justine (Kirsten Dunst), que está prestes a se casar com Michael (Alexander Skarsgård). Sua irmã Claire (Charlotte Gainsbourg), junto com o marido John (Kiefer Sutherland), organiza uma festa luxuosa para celebrar o casamento. Mas qual o sentido disso tudo?
Justine perdeu o sentido da vida diante da iminência do fim do mundo. Com cenas em câmera lenta, uma trilha sonora melancólica e uma fotografia quase onírica, o filme cria um retrato sensível e realista das sensações vividas por alguém com depressão. Ele nos ajuda a entender o que se passa na cabeça de uma pessoa que não consegue nem mesmo se levantar da cama para as tarefas mais básicas.
Garota, Interrompida
Baseado nas memórias reais de Susanna Kaysen, esse drama poderoso acompanha a jornada de Susanna, uma jovem que, após uma tentativa de suicídio, é internada em um hospital psiquiátrico. Lá, ela convive com outras pacientes que enfrentam diferentes transtornos mentais, incluindo depressão severa, transtorno de personalidade borderline, transtorno bipolar e esquizofrenia.
O filme explora as complexidades da saúde mental de forma sensível e crua, mostrando os altos e baixos do tratamento, as dificuldades de convivência em um ambiente hospitalar e o desafio de encontrar identidade e esperança em meio à luta interna. A atuação intensa de Winona Ryder e Angelina Jolie (que ganhou um Oscar pelo papel) traz uma dimensão humana aos transtornos mentais, ajudando a desmistificar preconceitos e estigmas.
O filme incentiva o diálogo aberto sobre saúde mental, mostrando que, apesar das dificuldades, é possível buscar ajuda e melhorar a qualidade de vida.
Sete Minutos Depois Da Meia-Noite
Para fechar nossa lista de filmes sobre saúde mental, escolhi uma obra com protagonismo infantil que mostra como as crianças também sofrem muito com esses desafios e precisam de todo apoio para se sentirem seguras e confiantes, especialmente para lidar com o bullying.
Baseado no livro brilhante de Patrick Ness, o filme acompanha Conor, um garoto vivendo uma realidade muito difícil. Com o pai ausente e a mãe enfrentando um câncer terminal, ele mora com a avó, que tem dificuldade em entender suas emoções. Para piorar, Conor é muito solitário e sofre bullying na escola, enfrentando humilhações sem ter com quem contar.
Para escapar dessa dura realidade, Conor mergulha todas as noites em um mundo de fantasia, exatamente sete minutos após a meia-noite, onde encontra uma criatura que lhe promete contar três histórias, desde que ele também compartilhe as suas. Esse refúgio fantástico se torna essencial para que ele encontre forças para enfrentar os desafios do dia a dia.
Esse é um dos filmes mais lindos que já vi, cheio de mensagens profundas sobre sofrimento, resiliência e a inocência da infância. Recomendo muito, tenho certeza de que vai te emocionar e fazer refletir.
Um Dia de Chuva em Nova York
Embora seja uma comédia romântica leve e divertida, Um Dia de Chuva em Nova York aborda de forma sutil os desafios emocionais e relacionamentos complicados que jovens adultos enfrentam ao lidar com expectativas pessoais, inseguranças e mudanças repentinas na vida. A história acompanha um jovem casal que, durante um fim de semana na cidade de Nova York, passa por uma série de confusões e desencontros que acabam testando sua conexão e seu autoconhecimento.
O filme destaca como momentos inesperados podem servir como oportunidades para refletir sobre nossas escolhas, emoções e prioridades. Além disso, reforça a importância de enfrentar dificuldades emocionais com uma atitude positiva, diálogo aberto e apoio mútuo, mesmo quando a vida parece imprevisível. É uma obra que, apesar do tom leve, incentiva o espectador a valorizar as pequenas experiências cotidianas como caminhos para o crescimento pessoal e a superação de crises emocionais.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
Este drama intenso mergulha na complexa e dolorosa relação entre Eva, uma mãe, e seu filho Kevin, que acaba cometendo um ato trágico e chocante. O filme explora temas pesados como trauma, culpa, depressão e as consequências psicológicas que esses eventos causam não apenas ao indivíduo, mas a toda a dinâmica familiar.
A narrativa é construída de forma não linear, revelando aos poucos os eventos que levaram ao incidente, e mostrando como as tensões e conflitos dentro da família foram moldando o comportamento perturbado de Kevin. A atuação poderosa de Tilda Swinton e Ezra Miller torna a experiência ainda mais impactante, colocando o espectador frente a frente com questões difíceis sobre responsabilidade, natureza versus criação e o silêncio que muitas vezes cerca problemas de saúde mental.
Precisamos Falar Sobre o Kevin é um filme que provoca reflexões profundas sobre a importância do diálogo aberto, da atenção precoce aos sinais de sofrimento psicológico e da prevenção em saúde mental. Embora pesado, é uma obra que ajuda a entender melhor os desafios emocionais e sociais que podem surgir dentro das famílias.
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Esses foram alguns filmes que selecionei para vocês. Espero que gostem das indicações! Se tiverem mais sugestões de filmes que falem sobre saúde mental, deixem nos comentários. É muito importante que a gente continue conversando sobre esse tema e se cuide = porque, muitas vezes, a pessoa ao nosso lado pode estar sofrendo em silêncio. Vamos estar atentos e sempre prontos para ajudar. Até a próxima!
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