Guitar Hero: Do auge à queda

Muitas pessoas tiveram a sua infância e adolescência marcadas pelo “joguinho da guitarra“. Em 2005, Guitar Hero era um dos jogos de ritmo que mais fazia sucesso. A franquia teve seu auge em 2008, porém acabou caindo no esquecimento com o passar dos anos. Acompanhe com a gente a linha do tempo desse jogo de ritmo que um dia já foi febre entre a molecada.

O PROJETO INICIAL

Para a criação de Guitar Hero, três empresas se uniram: a RedOctane, a Activision e a desenvolvedora Harmonix Musics System. Essa última, conhecida por desenvolver jogos musicais como o “Frequency“, “Amplitude” e Karaoke Revolution“.

Jogo Frequency – Harmonix Music Systems

A RedOctane, por sua vez, fazia tapetes de dança para jogos como o “Dance Dance Revolution“, além de oferecer serviços de aluguel de video games.

Para se destacar, o projeto de Guitar Hero trazia consigo a possibilidade de jogar com um controle em formato de guitarra. Teve inspiração no modelo Gibson SG e também poderia utilizar o DualShock tradicional. As empresas poderiam lucrar tanto com a venda do jogo quanto do periférico.

A Guitarra

O controle do Guitar Hero lembrava bastante a utilização de uma guitarra verdadeira, sendo um pouco menor.

Guitar Hero (2005) | Activision

No braço, haviam cinco botões coloridos: verde, vermelho, amarelo, azul e laranja. Esses botões deveriam ser pressionados junto á uma alavanca no corpo da guitarra. Os botões pressionados iriam variar de acordo com a dificuldade do jogo. O próprio jogador escolhia a dificuldade, divida da seguinte forma:


Easy – focado nos três primeiros botões da guitarra e menos notas
Medium – focado nos quatro primeiros botões e mais notas
Hard – utiliza todos os botões e mais notas
Expert – utiliza os mesmos botões e notas organizadas de forma mais desafiadora.


Também haviam outros três botões no corpo na guitarra. O start, para pausar o jogo e acessar o menu durante as músicas; o select, star power, que liberafa um buff aumentando o multiplicador de pontos durante a música e a alavanca, que distorcia as notas longas.

O primeiro Guitar Hero

Lançado em 8 de novembro de 2005 para o Playstation 2, se assemelhava bastante ao “GuitarFreaks” da Konami. A jogabilidade era basicamente pressionar os botões do controle na hora em que as notas musicais se deslocavam para o local marcado no ecrã do jogo.

Os jogadores também poderiam escolher seus personagens, suas guitarras e a dificuldade.

Guitar Hero (2005) | Activision

Além disso, o jogo tinha 30 músicas famosas de rock, desde 1960 até 2005 e também as faixas bônus de artistas independentes. Apresentava dois modos de jogo principai, o modo carreira e o modo multiplayer.
No modo carreira, o jogador viaja com uma banda por vários palcos diferentes, tocando quatro ou cinco músicas em cada lugar.

Se o desempenho fosse bom, liberava novas músicas e pontos que funcionavam como dinheiro dentro do jogo. Isso permitia obter faixas adicionais, guitarras e outros conteúdos bônus.

Já no modo multiplayer, a tela se divida em duas, e os jogadores competiam na mesma música.
Logo após o lançamento, “Guitar Hero” se tornou um sucesso, sendo o segundo título da Playstation mais vendido em 2006. Esse sucesso abriu portas para uma franquia promissora.

Guitar Hero II & Guitar Hero Encore: Rocks the 80s

Lançado em 7 de novembro de 2006, o “Guitar Hero II” atendeu o Playstation 2 e o Xbox 360. O jogo era praticamente o mesmo, com gráficos melhorados e 64 músicas diferentes. Uma característica a mais, era a possibilidade de jogar tanto com a guitarra quanto com o contra-baixo.

Em 24 de julho de 2007 foi lançado o spin-off “Guitar Hero Encore: Rocks the 80s“, sendo esse o último jogo desenvolvido pela a Harmonix. Este jogo recebeu menos elogios do que os dois primeiros. Com cerca de 30 músicas, não parecia ser um bom investimento.

Guitar Hero III – Legends Of Rock

Mesmo com a reputação levemente abalada, a Activion não desistiu.

Lançado em 28 de outubro de 2007, agora com a distribuidora Neversoft. Disponibilizados para as plataformas PlayStation 2, Playstation 3, Nintendo Wii e Xbox 360, além de PC e Mac OS X.

Mantendo a jogabilidade tradicional, foi o primeiro da franquia a incluir o modo multijogador online. Inicialmente, oferecendo mais de 70 canções, onde a maioria são gravações masterizadas. Nas versões de Xbox 360 e Playstation 3, permitia o download de faixas extras.

Dois personagens se destacaram nesse jogo: Tom Morello e Slash, aparecendo como oponentes e personagens jogáveis.

Imagem/Reprodução: Controle Guitar Hero III

Com críticas muito positivas e uma jogabilidade mais desafiadora, “Guitar Hero III” é considerado por muitos o melhor jogo de toda a franquia ( e é o favorito dessa que vos escreve ). Foi o jogo mais vendido em 2007 e trouxe um novo modelo de controle, dessa vez, inspirado da Gibson Les Paul. Também houve a inovação dos controles sem fio, o que troxe empolgação entre os jogodadores.

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O modo carreira desse jogo inclui batalhas contra chefes, que precisa vencer para progradir nos níveis. Uma novidade dessa sequência era a presensa de um enredo retratado através de cenas animadas. Essas cenas foram produzidas pela Titmouse Inc Studios. Ela conta a história de uma banda que começa fazendo pequenos shows em seu bairro até uma batalha contra o Demônio Lou, a qual fizeram um pacto em troca de sucesso.

Guitar Hero III – Legends Of Rock (2008)

A carreira pode ser jogada tanto com um quanto com dois jogadores, com algumas diferenças na narrativa e na ordem das músicas dependendo do modo. Outros modos presentes no jogo são o Face Off, Pro Face Off e Battle. Num geral, a repercução do jogo foi positiva, com críticas favoráveis.

Outros lançamentos

Aproveitando a popularidade razoavel da franquia e o hype de jogos de ritmos, vários outros títulos foram lançados. Houveram outros spin-offs que eram tematizados com bandas, como o “Guitar Hero Aerosmith” (2008), o “Guitar Hero Metallica” (2009) e o “Guitar Hero Van Hallen” (2009). Além das sequências diretas, o “Guitar Hero World Tour” (2008), “Guitar Hero 5” (2009), “Guitar Hero Smash Hits” (2009) e o “Guitar Hero Warriors Of Rock” (2010).

Guitar Hero On Tour: Modern Hits Nintendo DS Video | IGN no YouTube

Também houveram as versões de portateis, como o “Guitar Hero on Tour” e “Guitar Hero on Tour Decades” (2008) para nintendo DS. Contava com um periférico que era acoplado no portátil, simulando os botões do braço do controle de guitarra, e uma palheta que era utilizada na tela toutch. Essa foi uma péssima adaptação, o pouco espaço deixava a experiência super desconfortável, sem comparação com os jogos de console.

Saturação do mercado e o erro de Guitar Hero Live

Quando a Harmonix parou de desenvolver Guitar Hero, surgiu um concorrente de peso: Rock Band. Esse jogo permitia que até quatro jogadores pudessem tocar a mesma música, cada um com um instrumento diferente. Isso chamou a atenção de muita gente e colocou a Activision contra a parede. A série foi aos poucos sendo deixada de lado pelo público, as licenças das músicas estavam muito caras e isso fez com que a empresa cancelasse a série.

O ultimo lançamento da empresa foi “Guitar Hero Live” em novembro de 2015. Desenvilvido pela FreeStyleGames, presente nas plataformas Playstation 3, PlayStation 4, Wii U, Xbox 360 e Xbox One.
Para tentar se diferenciar do concorrente e se manter relevante, veio com uma nova guitarra, e jogabilidade completamente diferente.

Guitar Hero Live (2015)

A nova guitarra traz seis botões, com duas fileiras de três, posicionadas uma ao lado da outra. No lugar dos comandos coloridos, apenas simbolos em preto e branco. Invés de personagens e espaços ficticios, um show ao vivo dos artistas originais ocupa o fundo da tela. O setlist é limitado, sem muito objetivo. Essas e outras mudanças foram como uma ultima pá de terra para enterrar a franqua de vez.
Isso fez com que a Activision inclusive abrisse um programa de reembolso após encerrar o serviço online em dezembro de 2017.

Mesmo assim há rumores de que a Activision pretende reviver a franquia através do uso de inteligência artificial. Eu particularmente acho que a empresa já fez sua história e que seria melhor focar em criar coisas novas do que mexer em algo que já perdeu o brilho.

E vocês? Acham que um novo jogo faria sucesso? Conta pra gente no Instagram.

Gabriele Miranda

Audiovizueira pela FAPCOM, adquiri habilidade de fazer bonecos se mexerem pelo Senac Lapa Scipião. Multi-instrumentista e guitarrista na banda Antena Loka, sou pan, vegana e gateira. No tempo livre, estou jogando em algum emulador, andando de patins ou criticando o capitalismo. Talvez eu encontre algum planeta onde me sinta melhor.

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