Com autoria de Cullen Bunn, ilustrações de Miguel Valderrama e Jason Wordie e tradução de Lucas Benetti temos a trágica HQ “Cyberpunk 2077: Trauma Team“.
“Cyberpunk 2077” é um jogo de ação em primeira pessoa com elementos de RPG, desenvolvido e publicado pela CD Projekt. O universo presente no game está presente em diversas outras mídias, inclusive nos quadrinhos.
Essa história é trazida pela editora Excelsior Book One e a Dark Horse Books. Nela, nós conhecemos a Nadia, uma paramédica que trabalha para a Trauma Team International (TTI). A Trauma é uma empresa especialzada em serviços médicos de resposta rápida. Nadia e seu cliente são os sobreviventes de uma missão de resgate, mas sua equipe inteira, é assassinada por Apex.
Depois de passar um tempo se tratando de toda a perturbação que sofreu ao perder seus colegas de trabalho, ela volta á ativa. O problema é que o cliente a ser resgatado é o mesmo que lhe causou todo o transtorno, do qual ela ainda não estava 100% recuperada. Ela se vê dividida entre seu trabalho, as sequelas da tragédia e seu senso de justiça.
Apesar do tema ser angustiante, a leitura é bem fluida. Os traços do quadrinho reforçam a seriedade da trama. Memso assim, não deixar de lado todo show de cores e elementos característicos do gênero cyberpunk.
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A forma que o enredo é retratado também é apreciável. Enquanto vemos o desenrolar do que aconteceu na fatídica missão de Nadia, temos a narração de uma conversa dela com uma funcionária que está acompanhando sua recuperação. Ao mesmo tempo, vemos cenas do seu relacionamento com Dodds, um de seus colegas que morreu. Era uma pessoa importante para ela, a qual ela tinha um relacionamento mais próximo e íntimo. Por isso o incidente foi tão doloroso para ela.
Quando o trabalho é tudo o que você tem
Nessa HQ é possível observar como Nadia via seu trabalho. Ela recebia pouco, não via muito sentido nele, pois não concordava com algumas práticas, mas era tudo o que tinha. Seu relacionamento e propósito de vida estavam lá. O tempo em que ficou afastada era como se estivesse morrido junto de sua equipe. Apesar disso, era doloroso colocar a vida do cliente acima de qualquer coisa.
Em certo momento da história, uma mulher pede socorro para ela, pois está com a filha doente e não sabe o que fazer. Seu colega de equipe a lembra que ela não pode acolher outra pessoa que não está pagando pelo serviço. Mesmo assim, ela ajuda, pois é médica. Da mesma forma que se sacrificou ao resgatar o homem que matou quem amava, ela acudiu a mulher que não tinha condições de cuidar da própria filha.
Vale a pena a leitura?
Como fã tanto do gênero quanto do jogo Cyberpunk, qualquer conteúdo extra é sempre muito bem vindo para mim. Até o momento, tudo o que já consumi desse universo sempre agrega um pouco mais para entender os vários aspectos dessa distopia. Mesmo quem não curte ou nunca teve contato com o game, é uma interessante e envolvende história a ser lida.
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Gabriele Miranda
Audiovizueira pela FAPCOM, adquiri habilidade de fazer bonecos se mexerem pelo Senac Lapa Scipião. Multi-instrumentista e guitarrista na banda Antena Loka, sou pan, vegana e gateira. No tempo livre, estou jogando em algum emulador, andando de patins ou criticando o capitalismo. Talvez eu encontre algum planeta onde me sinta melhor.