- por Gabriele Miranda
Maxxxine, com Mia Goth, entra para a franquia X ambientado nos anos 80. Maxine Minx continua tentando ser uma estrela enquanto um homem misterioso a persegue.
Imagine que você esteja enfrentando, ao mesmo tempo, o seu próprio passado, presente e futuro. Nenhum deles pode te atrapalhar a alcançar seus sonhos. É o que acontece em “Maxxxine“, com data de estreia no Brasil em 11 de junho. O terceiro filme de Ti West, traz mais uma vez Mia Goth para continuar o enredo da “franquia X“. A franquia começou com “Pearl” e teve seu apse em “X – a marca da morte“.
Um resumo sobre Maxxxine
Em 1985 e Maxine Minx está com mais de trinta anos. Ela conseguiu fazer seu nome ser muito conhecido dentro da indústria pornográfica, atuando em filmes adultos e trabalhando como striper. Mas ela é uma estrela, e não vai aceitar menos do que ela merece.
Com ajuda de seu agente, ela faz um teste para participar de uma sequência de um filme de terror, “a Puritana II“, a chance perfeita para ela mudar de vida. Tanto a diretora do filme quanto os outros, ficam impressionados com a determinação dela durante seu teste, e a aceitam para fazer parte do elenco.
Leia tmbém:
Vemos ela no meio de sua rotina de trabalho como atriz. Se dedicando à decorar o roteiro, participando de diversas reuniões com a diretora e a preparação para o próprio filme. Enquanto isso, o serial killer conhecido como Night Stalker terrpriza a cidade. Por algum motivo, pessoas próximas á Maxine começam a aparecer mortas. Isso traz dúvidas se os crimes estão ou não relacionados com ela.
Dois policiais, que estão responsáveis pelo caso, vão atrás de Maxine. Marcam ela tanto como suspeita e também como uma possível chave para a captura do criminoso.
Como se tudo isso fosse pouco, um detetive tenta fazer de tudo para convencer Maxine a encontrar seu cliente. Alguém muito rico e influente, mas que se mantem em sigilo, causando muito mais mistério.
Anos 80 e “absolute terror psicológico”
“Maxxxine” segue todos os aspectos que já estavam presentes nos dois filmes anteriores. Assim como “Pearl” e “X – a marca da morte”, traz toda uma ambientação referente á década da história. Nesse caso, década de 1980. Não só no figurino e cenografia, mas na própria linguagem cinematográfica do filme, com cores, sonoplastia e edição de vídeo. Parece realmente que se assiste um filme que foi feito nos anos 80. Eu gostei muito desse aspecto e acho que deixou o filme muito gostoso de ver.
No quesito terror, o filme marca muito mais o terror psicológico. Trazendo a angústia do trauma do que Maxine viveu na fazenda de Pearl e Howard. Parece que ela nunca contou para ninguém sobre o que aconteceu. Inclusive tem uma cena onde ela confessa algo para seu agente, pedindo ajuda, mas não sabemos o que ela disse. Porém, parece que ela se refere mais a situação atual do que contando tudo. Mas nada dá certeza sobre o que foi dito.
Além disso, ela vive tendo flashbacks com Pearl, o que mostra que o abuso que sofreu é algo que a persegue e continuará perseguindo por um bom tempo.
O filme também tem alguns jumpscares e toda a situação de mistério sobre “porque tudo isso está acontecendo?” “Quem vai morrer agora?” são situações que também reforçam o gênero do terror, mas não têm tanto impacto.
Descolorantes, espelhos e outras referências
Uma característica muito forte nesse filme é a quantidade de referências e pararelos que ele traz, tanto dos filmes anteriores quanto da própria proposta da trilogia.
Além da ambientação de data, outros paralelos que podemos observar, logo de início é a cena do teste de casting de Maxine, que faz muita alusão ao teste de dança da Pearl. Em Pearl, vemos várias garotas sentadas do lado de fora, apenas uma loira e a performance de Pearl mais idealizada do que real, cheia de desespero e medo. Já em Maxine, ela está segura e confiante, faz seu teste com sucesso e, assim como ela, todas do lado de fora são loiras, mas só ela tem o “fator x” e passa.
Outro paralelo que conversa bastante com “X – a marca da morte“, são as referências á “Psicose“. A mais explicita é uma visita que Maxine e a diretora de “Puritana II” fizeram na locação do Motel Bates, porém tem uma cena posterior que se assemelha muito a icônica cena no banheiro, fazendo enquadramento no ralo da banheira, do chuveiro e do espelho.
Também temos várias cenas onde Maxine está na frente do espelho falando consigo mesma. Assim como Pearl no primeiro filme que ficava na frente do espelho dizendo “você é uma estrela“, desejando ser bailarina, e como Maxine no filme X dizia “você é um símbolo sexual“, nesse filme ela reforça que “você é uma estrela de cinema“, mostrando seu foco em fazer de tudo para alcançar essa realidade.
A própria aparição do Night Stalker é uma referência de época, já que foi um serial killer que realmemte existiu e que tem até um documentário chamado “Night Stalker: tortura e terror” para quem quiser se aprofundar nesse acontecimento.
A importância de Maxxxine na franquia X
Dos três filmes, meu favorito continua sendo “Pearl“. Em narrativa, Maxxxine é bem previsível, deixando pistas bem claras de quem estava atrás dela esse tempo todo, o que não traz muitas surpresas no enredo. Como o terror é bem leve, talvez seja um filme que desagrade algumas pessoas, principalmente depois de tudo o que acontece em “X – a marca da morte“.
Porém, eu gostei bastante de “Maxxxine” pela personagem, conceito e final. Eu gosto muito de como a Maxine não é uma personagem passiva, a história não passa por ela, mas acontece por causa dela. Visualmente o filme está muito gostoso de assistir, trazendo até uma sensação de nostalgia e no fim do filme tudo se resolve, exceto pelas pessoas assassinadas, mas essas mortes não têm tanto impacto quanto em “X – a marca da morte“.
Maxxxine parece um filme mais comercial, como uma tentativa de Ti West de furar a bolha de cinéfilos fãs da A24 e conseguir mais atenção popular. Na minha opinião, ainda vale muito a pena ver todo trabalho que foi feito e muito bem feito aqui.
Continue acompanhando a gente pelo Instgram.
Gabriele Miranda
Audiovizueira pela FAPCOM, adquiri habilidade de fazer bonecos se mexerem pelo Senac Lapa Scipião. Multi-instrumentista e guitarrista na banda Antena Loka, sou pan, vegana e gateira. No tempo livre, estou jogando em algum emulador, andando de patins ou criticando o capitalismo. Talvez eu encontre algum planeta onde me sinta melhor.
2 comentários sobre “Review | Maxxxine”