Depois de vários episódios traumáticos, a busca por uma vida normal é um dos maiores objetivos de um sobrevivente. A Universal Pictures traz para gente Friday Night at Freddy’s 2, sequência baseada na franquia de jogos de Scott Cawthon. Nós acompanhamos o desenrolar nas histórias de Mike (Josh Hutcherson), Abby (Piper Rubio) e Vanessa (Elizabeth Lail). Além disso, vamos nos aprofundar um pouco mais nos mistérios por trás dos icônicos animatrônicos.
CONEXÕES, AMIZADES E MEDO
O live action começa nos anos 80, apresentando Charlotte, a melhor amiga de Vanessa. Ela sente uma forte conexão com a Marionete (ou Puppet), um animatrônico exclusivo da primeira Freddy Fazbear’s Pizza. A garota se isola de outras crianças e frequentemente se senta em frente ao palco, esperando o alçapão se abrir, esperando pela única que te entende.
Enão, a ela nota uma movimentação estranha envolvendo o Coelho Amarelo e uma criança. Ela pede ajuda a vários adultos, mas ninguém a escuta. Ela decide ir sozinha em busca da criança. Vanessa, com medo do que poderia acontecer, tenta impedi-la, mas já é tarde demais. Charlotte consegue salvar a criança, porém, acaba sendo esfaqueada. Ela cai no palco momentos antes do alçapão se abrir, e a Marionete a segura nos braços.
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Após essa tragédia, a narrativa avança para os anos 2000, com Vanessa adulta. Nossos protagonistas enfrentam desafios diferentes. Mike tenta compreender seus sentimentos por Vanessa, enquanto tenta ajudá-la a superar o trauma relacionado ao pai e cuidar de sua irmã. Por outro lado, Abby sente falta de seus “amigos” e busca reconhecimento em sua aula de robótica. Ela está ansiosa para expor um projeto, mas seu professor a desencoraja, duvidando de seu potencial.

Nesse cenário, um novo restaurante será inaugurado, junto a uma convenção chamada Fazfest. Isso reacende o interesse do público pelas histórias macabras e a nostalgia envolvendo a Freddy Fazbear’s Pizza. Ao mesmo tempo, os pesadelos dos três protagonistas voltam à tona.
Um dos grandes desafios na narrativa é proteger Abby e evitar que os animatrônicos escapem do restaurante. A Marionete, que controla os animatrônicos, está adormecida por causa de uma caixa de música. Além disso, Vanessa conhece um código que limita o perímetro, garantindo que os animatrônicos não machuquem ninguém. Porém, as coisas se complicam quando um personagem misterioso, também chamado Mike, entra em cena.
MINHAS IMPRESSÕES
O filme segue sendo uma espécie de introdução ao terror voltada para crianças e pré-adolescentes. Ele abusa bastante do jumpscare, tem pitadas de suspense, mas a maior preocupação é de reproduzir a experiência do jogo e dos fãs do indie game. Ao meu ver, a adaptação ainda segue fraca e meio confusa sob o olhar cinematográfico, com diálogos expositivos, personagens mal trabalhados e objetivos ambíguos. A personagem que mais me irrita é a Vanessa, sempre parece que os elementos na história dela apenas surgem. Ao mesmo tempo que são importantes para a narrativa, eles aparecem de uma forma como se fossem apenas “detalhes”.

Eu acho que se a classificação indicativa fosse maior, o filme poderia ser mais explorado porque a história se propõe a isso, apesar do jogo ser mais infantil. Porém, eu gostei da Marionete e de como ela é explorada no filme. A caracterização durante as possessões, e a sua história de origem foi o que mais brilhou e eu acredito que merecia mais atenção no roteiro também.
VALE A PENA OU NÃO?
No fim das contas, apesar de ser um filme que qualquer pessoa pode assistir, eu recomendo mais para quem realmente gosta dos jogos, independente da idade. Não vejo como uma boa iniciação ao terror (sou muito mais Coraline) mas ainda é um daqueles filmes que é legal de ter companhia para ficar debatendo e questionando sobre “por que tal personagem fez isso? ele é burro?”, “bem feito, fulano mereceu”. E se por algum motivo você gostou do primeiro filme apenas pelo filme em si, acredito que vai gostar desse também, pois tem alguns easter eggs do longa anterior.
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Gabriele Miranda
Audiovizueira pela FAPCOM, adquiri habilidade de fazer bonecos se mexerem pelo Senac Lapa Scipião. Multi-instrumentista e guitarrista na banda Antena Loka, sou pan, vegana e gateira. No tempo livre, estou jogando em algum emulador, andando de patins ou criticando o capitalismo. Talvez eu encontre algum planeta onde me sinta melhor.
